Conselhos para mim mesmo

Pensamentos soltos, sem nada que os prenda. O fantástico mundo deFerro gira, gira e me deixa tonto. As palavras faltam (sempre fui ruim de 'descrição' mesmo), meu vocabulário não alcança o sentimento/pensamento; eles vão muito além. Ultrapassam a velocidade da luz (mesmo essa que está sobre minha cabeça). Aliás, luz é o que falta à minha cabeça... parece que os estalos de ideias tem corrido pra longe de mim. Há tempos não tenho um projeto pra arquitetar.
Minto! Tenho um projeto desde criança: ir embora, morar longe e só, pra poder, no cúmulo da rebeldia, fugir de casa para os braços da minha mãe (e que braços confortáveis!!!).
Ultimamente, todas as noites tem sido iguais (leia-se 'noite' o período onde não há mais ninguem ao meu lado), é o tempo mais escuro pelo qual passo.
Nesse intervalo de tempo as coisas acontecem de forma semelhante: mergulho em pensamentos que vão desde a infância à minha velhice. Sinto falta de quem se foi pra nunca mais voltar e de quem ainda não chegou. Penso nas coisas que aprendi na escola, na vida, na dor e na alegria e chego a uma conclusão: a vida é uma excelente professora; a gente aprende muito com ela, mas será se, às vezes, precisamos de lições tão duras? Por que precisamos perder quem amamos pra saber que deveríamos ter amado mais antes de perder. "Meu caro Ferro, seu discurso é muito clichê: dar valor enquanto temos", concordo plenamente! Grito isso todos os dias: valorize enquanto tem, porque depois que perde não se pode voltar mais, não se pode consertar mais e, em muitos casos, não se pode viver mais - a infância, uma amizade compartilhada, um amor perdido, uma paixão arrebatadora, uma caminhada na praia em silêncio, uma taça de sorvete, um beijo na chuva, uma aventura.
Enfim, não nos resta muito tempo, nem muitas escolhas. Outro dia ouvi um amigo se queixar de não ter feito a coisa certa no passado, de não ter ido atrás do 'verdadeiro amor' e, por isso, hoje olha arrependido pra um dia que ficou em sua memória e que não voltará jamais: o dia em que deveria ter decidido por perdoar e amar sem medo.
Não digo que se perdermos a 'oportunidade de nossa vida' nunca conseguiremos ser felizes; não sou tolo de pensar que na vida temos apenas uma possíbilidade, do contrário, acho que existem mil; mas a questão é: devo mesmo confiar no que ainda virá? Não é arriscado demais deixar pra viver depois?
Engraçado... conselhos de mim para mim mesmo, mas quem se importa? Afinal de contas, ao escrever, primeiramente escrevo pra mim. Por pura coincidência, outras pessoas podem balancar a cabeça e concordar: "é Ferro, você tem razão, devemos viver o agora, dar valor enquanto temos e ao tempo que dispomos", pois, parafraseando a mim mesmo, esse é o único tempo que há, "quer seja pra viver ou pra morrer a vida".
Faça como eu, escolha viver!