A caminhada

Ele anda...
Há tempo caminha, mas não sabe para onde.
Às vezes está certo de que está no "caminho certo", daí tropeça nas pedras e acha que se enganou. Realmente, ele está perdido.
Perdidamente apaixonado, anda. Na verdade, vagueia por um caminho traiçoeiro: o seu coração, pois "coração dos outros é terra que ninguem anda", já dizia o ditado. Ele apenas balança a cabeça e concorda. Se não pode andar no dos outros, ele anda no seu.
Mas o coração dele é terra incerta também, pois depende do 'outro', que pulsa descompassado ou não pulsa.
Engana-se, então, dizendo conhecer tão palpitante coração.
Acredita que é amado só para acalmar um 'músculo involuntário' que nunca soube o que é o amor de outro, que confunde os sentidos e pensa ser recíproco um sentimento alheio ao seu. E coração pensa? Esse sim! É 'racionalmente apaixonado'.
De tanto caminhar, ele cansa. Vê miragens que lhe parecem reais o que, de certa forma, dão-lhe forças para prosseguir.
Em sua estrada há pedras, até queria transpassá-las, mas não vê nada do outro lado que o impulsione a saltar.
Ah, se houvesse um outro coração lhe esperando! Por certo caminharia sem medo e, nem se houvesse uma montanha, conseguiria ver dificuldade. Só exergaria o amor, pois desde muito cedo suspira por ele.
Caminhou muito... Os pés cansaram ainda mais, mas ele anda.
Aonde vai parar? Não se sabe, mas está certo que anda. Caminha ao encontro do nada, do mar revolto, das pedras da estrada; para o outro lado da montanha, pois lhe resta a esperança de que sua caminhada não termine tão solitária quanto a partida.

1 comentários:

Anônimo disse...

eu ameii esse Textooo ! nossa VC Escrever com o Coração ! isso me emocinonar Demais ! Johnny Garcia